terça-feira, 15 de outubro de 2024

Um Histórico das Questões Socioambientais

Chamamos de questões socioambientais os discursos que relacionam a sociedade ao meio ambiente. Apesar dessa relação sempre existir, ela ganhou força a partir do momento em que ela se mostra problemática para toda a sociedade. É o que temos visto, por exemplo, em relação às consequências das queimadas provocadas pelo agronegócio.

Fonte da imagem: BBC News

Os seres humanos sempre interagiram com a natureza, transformando-a por meio do trabalho para a produção daquilo que necessitam para sobreviver, desenvolvendo culturas nesse processo. Porém, essa interação não ocorre da mesma maneira em todos os lugares nem em todas as épocas. As sociedades, que eram inicialmente agrícolas e rurais, tornaram-se em sua maioria industriais e urbanas no Ocidente. Em cada etapa desse caminho, os seres humanos utilizaram a natureza como recurso, provocando menor ou maior dano a ela.

Na moderna sociedade industrial, a ciência e a tecnologia se desenvolveram bastante. Isso trouxe vantagens, como o aumento da produção de alimentos, de remédios e outras comodidades que elevaram a expectativa de vida da população. Por outro lado, o desenvolvimento científico e tecnológico trouxe desvantagens, como a degradação ambiental provocada pela superexploração da natureza. Isso acontece porque vivemos em uma sociedade capitalista, pautada pela lógica do mercado, que impõe a elevação da produção para o consumo, com o objetivo de aumentar os lucros de empresários do campo e da cidade, indo além do atendimento às necessidades humanas.

Fonte da imagem: Portal do PSTU

Como consequências desse processo, podemos apontar a desertificação, as chuvas ácidas, o efeito estufa, a ebulição global, os vazamentos de petróleo nos mares, a elevação da cobertura de fumaça nas cidades e a escassez de recursos hídricos, dentre outros. Essas consequências chamaram a atenção do mundo para as questões socioambientais, fazendo com que algumas pessoas percebessem que nosso modelo de produção e de consumo não é sustentável.

O fortalecimento das questões socioambientais provocou o surgimento de movimentos ambientalistas, que se dividem em duas perspectivas. De um lado, temos os preservacionistas, que entendem que o contato dos seres humanos com a natureza é sempre danoso para esta e propõem a criação de áreas naturais livres da ação humana. De outro lado, temos os conservacionistas, que consideram possível uma relação equilibrada entre os seres humanos e a natureza, já que os primeiros fazem parte da segunda. Os conservacionistas defendem que é necessária a mudança na lógica entre os seres humanos e o meio ambiente, com o estabelecimento de modos de exploração mais racionais dos recursos naturais. Essas duas perspectivas contribuíram para a criação de áreas de proteção ambiental ao redor do mundo, que têm como objetivo a proteção da biodiversidade. Em Salvador, são exemplos de áreas de proteção ambiental a Área de Proteção Ambiental das Lagoas e Dunas do Abaeté, em Itapuã, e o Parque Pedra de Xangô, em Cajazeiras.

Fonte da imagem: Bahia Turismo

As questões socioambientais passaram a ter grande importância para a Organização das Nações Unidas (ONU), que tem mobilizado vários países para que pensem juntos um novo modo de interação com a natureza. Foi nesse sentido que a ONU promoveu em 1992 a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, comumente chamada de Eco 92. A Eco 92 foi importante por apontar a responsabilidade dos países desenvolvidos pela degradação ambiental, por reconhecer que as necessidades econômicas dos vários países não são as mesmas e por afirmar que os países subdesenvolvidos só mudarão sua situação com apoio financeiro e tecnológico da comunidade internacional.

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