quinta-feira, 25 de julho de 2024

As Crises do Capitalismo e a Reestruturação Produtiva: As Principais Crises do Capital nos Séculos XX e XXI

Vimos anteriormente que o capitalismo é um sistema socioeconômico que tem como característica inerente a passagem por ciclos de expansão e crises. Esses ciclos acontecem pela influência de forças dentre as quais podemos destacar as inovações tecnológicas, as mudanças nas demandas dos consumidores, a implementação de políticas governamentais e, principalmente as crises econômicas.

Fonte da imagem: Mundo Educação

As crises cíclicas do capitalismo podem acontecer por superprodução, quando o aumento produção industrial não é acompanhado pela elevação do poder de compra dos trabalhadores, e por especulação, quando o mercado financeiro cria bolhas econômicas que não são ancoradas na realidade material objetiva dos países e, por isso, explodem. Elas trazem várias consequências, dentre as quais salientamos: 1) o desemprego e a precarização do trabalho, quando as empresas reduzem a produção e cortam os custos, demitindo seus funcionários, e os trabalhadores passam a desempenhar atividades mais instáveis e com menor remuneração; 2) o aumento das desigualdades sociais, com a concentração de renda pelos mais ricos, que mantêm seus privilégios, e a falta de acesso dos mais pobres aos serviços básicos; e 3) as tensões sociais e políticas, com as classes menos favorecidas manifestando sua insatisfação na forma de protestos e conflitos sociais.

Como exemplos de crises cíclicas, podemos citar a Grande Depressão, gerada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, a Crise do Petróleo, em 1973, e a Crise dos Subprimes, em 2008. A Grande Depressão combinou superprodução e especulação na sua dinâmica. Nos anos 1920, a economia dos Estados Unidos teve grande crescimento, inaugurando um período de pleno emprego no país. Isso fez com que as pessoas, tomadas pelo otimismo, comprassem ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque, que eram inicialmente vendidas a preços baratos. Como muitas pessoas compravam ações, seu preço subiu. Por outro lado, a economia estadunidense crescia, mas o salário dos trabalhadores não acompanhava tal crescimento. Esse fato gerou pessimismo na população do país, que começou a vender as ações. Nesse contexto, percebeu-se que não existia dinheiro para pagar todas as ações que eram oferecidas pela população e o preço dos papéis diminuiu, já que eles foram ofertados ao mesmo tempo. Isso ocasionou a falência de várias empresas e a Quebra da Bolsa de Nova Iorque.

Fonte da imagem: Info ENEM

A Crise do Petróleo foi uma crise de superprodução ocorrida como consequência do apoio dos Estados Unidos e da Inglaterra ao Estado de Israel no conflito árabe-israelense. Por um lado, antes da fundação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), eram empresas estadunidenses e britânicas que exploravam o produto no Oriente Médio, vendendo seus derivados a preços baixos no Ocidente. Por outro lado, o Estado de Israel foi criado após a Segunda Guerra Mundial, para abrigar o povo judeu, que foi expulso de seu território pelo Império Romano no Séc. III e sofreu uma série de perseguições ao longo do tempo, perseguições essas que culminaram no Holocausto Nazista.

Como o antigo território de Israel foi ocupado pelos árabes palestinos, após a expulsão dos judeus, para que a criação do Estado de Israel acontecesse, foi feito um acordo entre eles e os palestinos, dividindo o território entre as duas etnias e tornando Jerusalém uma cidade internacional, pelo fato dela ser considerada sagrada para o judaísmo, para o cristianismo e para o islamismo. Porém, ao chegarem ao território de Israel, os judeus descumpriram o acordo, expulsaram os palestinos para a Faixa de Gaza, tomando para si todo o território, e fizeram de Jerusalém sua capital. Esse acontecimento inaugurou uma série de conflitos entre judeus e palestinos, que ocorre até os dias de hoje. Nesse conflito, Estados Unidos e Inglaterra ficaram do lado dos judeus, enquanto os países produtores de petróleo do Oriente Médio apoiaram os palestinos.

Fonte da imagem: Pró ENEM

Em represália ao apoio do Ocidente a Israel, Irã, Iraque, Kwait e Arábia Saudita, que eram os principais países produtores de petróleo do Oriente Médio, se juntaram com a Venezuela e criaram a OPEP. A partir daí, eles expulsaram as empresas estadunidenses e britânicas de seus territórios e passaram a controlar a produção e comercialização do petróleo no mercado internacional. Com isso, a OPEP chegou a embargar o oferecimento do produto ao Ocidente, provocando um aumento de seu preço em 400%. Como o petróleo é utilizado nos Estados Unidos e na Europa para a produção de energia elétrica, o preço da energia subiu, provocando uma elevação do preço dos produtos industrializados, sem que se elevassem juntamente os salários dos trabalhadores. Isso fez com que a população dos países do capitalismo central não conseguisse comprar os produtos que eram produzidos em série pelas suas indústrias, ocasionando uma crise que quase levou o capitalismo à derrocada.

Fonte da imagem: Info Escola

Já a crise dos subprimes foi causada pela especulação. Os bancos dos Estados Unidos emprestavam dinheiro a juros baixos para que a sua população comprasse imóveis. Esses empréstimos eram oferecidos mesmo para quem não podia pagar, já que as casas compradas com ele eram dadas como garantia, o que chamamos de hipoteca. Como muitas pessoas pegavam empréstimos para comprar imóveis, duas coisas aconteceram: primeiro, o preço dos imóveis subiu, depois, os juros cobrados pelos bacos também foram elevados. Com isso, aqueles que tinham pegado os empréstimos não conseguiram pagar as suas dívidas, deixando os bancos sem dinheiro. Os bancos dos Estados Unidos vendiam títulos da dívida para outros bancos ao redor do mundo. Como eles não recebiam o pagamento pelos empréstimos feitos à população, eles também não conseguiam pagar aos bancos de outros países que compraram seus títulos. Isso gerou uma crise econômica que se espalhou para o mundo todo.

Fonte da imagem: Suno

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