sábado, 30 de abril de 2022

Trabalho e Sociedade: Marx e Engels e a História da Exploração do Homem pelo Homem


 
Fonte da imagem: Blog Nova História
  • De acordo com Marx e Engels, existe uma grande divisão do trabalho nas várias sociedades humanas, sendo que esta divisão é originada da apropriação por uma parte da sociedade tanto dos meios de produção quanto dos produtos do trabalho. Desse modo, na antiguidade clássica, as sociedades grega e romana eram divididas em senhores (proprietários) e escravizados (não proprietários), já na idade média, a sociedade europeia se dividia em senhores (proprietários) e servos (não proprietários), enquanto no capitalismo a sociedade se divide em burguesia (proprietários) e proletariado (não proprietários).

  • No capitalismo, a riqueza assume a forma da mercadoria. A mercadoria possui duas dimensões: 1) o valor de uso, que é aquilo para o que a mercadoria serve, a sua utilidade (uma camisa serve para cobrirmos o corpo, um carro serve para nos locomover, uma caneta serve para escrever); e 2) o valor, que é a quantidade de trabalho necessária para se produzir uma mercadoria em uma dada sociedade, de acordo com as condições tecnológicas de produção existente nessa sociedade. O valor de uso diferencia as mercadorias, o valor as iguala. Isso ocorre porque, apesar das utilidades das várias mercadorias serem diferentes, todas elas têm a característica comum de serem frutos do trabalho.

  • Na sociedade capitalista, o operário vende a sua força de trabalho para a burguesia e produz as mercadorias, gerando o valor. Porém, ele recebe como salário menos do que aquilo que produz. Essa diferença entre o trabalho realizado pelo trabalhador e o trabalho que é pago pelo patrão, esse valor que o burguês apropria, é o que Marx e Engels chamam de mais valia.

  • É pela característica comum que todas as mercadorias têm de serem frutos do trabalho que, antes da criação do dinheiro, trocava-se diretamente um produto por outro. O dinheiro foi criado em um estágio de complexificação das relações sociais como um equivalente geral de valor, ou seja, como uma mercadoria que equivale ao valor de todas as outras. O dinheiro equivale ao valor de todas as outras mercadorias, porque ele tem a capacidade de comprar trabalho, que é o que dá valor a uma mercadoria. Quando os trabalhadores recebem dinheiro como pagamento pelo seu trabalho, na verdade a classe trabalhadora recebe um vale com o qual pode ter de volta parte daquilo que produziu e é apropriado pela burguesia.

  • Para Marx e Engels, a relação entre burguesia e proletariado é sempre uma relação de exploração desta classe por aquela. Isso ocorre porque os patrões vão adotar várias estratégias para fazer com que os trabalhadores produzam um excedente de mais valia cada vez maior para poderem expropriar, além de buscarem remunerar menos os trabalhadores pela sua força de trabalho. A exploração do trabalhador começou quando a burguesia passou a se apropriar de todos os meios de produção e continua com ela se apropriando da própria produção. De acordo com os autores, é a divisão das sociedades em classes sociais e a constante exploração dos não proprietários dos recursos necessários para se realizar trabalho e produzir riqueza pelos proprietários desses recursos que geram as desigualdades sociais.

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