sábado, 30 de abril de 2022

A Relação entre Indivíduo e Sociedade: A Sociologia Contemporânea e a Interdependência entre Sociedade e Indivíduo


  • A Sociologia Clássica, que vimos anteriormente, é aquela produzida entre o final do séc. XIX e o início do séc. XX. Por outro lado, a Sociologia Contemporânea é aquela produzida a partir da segunda metade do séc. XX. É, então, uma Sociologia mais próxima de nós no tempo.

  • Para os sociólogos contemporâneos, sociedade e indivíduo não são vistos como polos opostos, mas como elementos que se complementam. Em vez de dizer que os indivíduos influenciam a sociedade ou que a sociedade determina as ações individuais, os a Sociologia Contemporânea afirma que sociedade e indivíduos se influenciam mutuamente.

  • Norbert Elias (Alemanha, 1897 – 1990) é um desses sociólogos. Além de defender a influência mútua entre esses dois elementos, ele afirmava que os indivíduos que constroem as estruturas da sociedade enquanto são ao mesmo tempo formados por essas estruturas. Em outras palavras, tudo o que existe na sociedade é uma construção coletiva dos indivíduos, mas os indivíduos são influenciados nas suas ações pela estrutura da sociedade. A relação entre sociedade e indivíduo, então, é uma via de mão dupla. Elias também afirmou que os indivíduos podem perseguir livremente seus objetivos dentro da sociedade, desde que esses objetivos sejam aceitos pela sociedade e não a prejudiquem. Por exemplo: as leis protegem as liberdades individuais, mas limitam as ações dos indivíduos quando essas ações prejudicam os outros.

    Fonte da imagem: Portal O Explorador

  • Anthony Giddens (Inglaterra, 1938 – ) é um sociólogo contemporâneo que propõe a existência de uma relação dialética entre os indivíduos e as estruturas sociais. Sua teoria principal é chamada de teoria da estruturação, pois ele leva em conta ao mesmo tempo a ação dos indivíduos e as estruturas da sociedade. Desse modo, os indivíduos recebem a todo o momento influências da sociedade, mas eles não aceitam passivamente essas influências. Em vez disso, os sujeitos refletem sobre assas influências e decidem se vão aceitá-las, caso isso seja favorável a eles, ou transformar as estruturas sociais, caso as suas influências sejam negativas. No Brasil, por exemplo, até a década de 1950, se um homem imaginasse que sua esposa o estivesse traindo, ele poderia matá-la e não seria condenado, caso alegasse que o assassinato ocorreu em legítima defesa de sua honra. As mulheres, que ao refletirem sobre esse fato perceberam que se tratava de algo negativo para elas, se mobilizaram e hoje a violência doméstica não é mais acobertada pela tese da legítima defesa da honra. Pelo contrário, existe até uma lei que as protege contra esse tipo de violência.

    Fonte da imagem: Portal da Editora Unesp

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mais Visitadas